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Greve dos trabalhadores da construção civil impacta obras da COP30 no Pará
Fonte: Portal Verdade - 17 de setembro de 2025
Trabalhadores da construção civil e do setor imobiliário decidiram, em assembleia nesta terça-feira (16), pela continuidade da greve iniciada na segunda-feira (15) por tempo indeterminado em Belém, Ananindeua e Marituba (PA).
A mobilização envolve milhares de operários e já atinge empreendimentos considerados estratégicos para a 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), como a Vila COP, o Parque da Cidade e complexo hoteleiro.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Belém (STICMB), cerca de 5 mil profissionais pararam suas atividades, em cerca 80% dos canteiros de obras da Grande Belém.
Entre as principais demandas estão aumento real de salário, melhorias nas condições de trabalho, ampliação da presença de mulheres nos canteiros e pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em duas parcelas de R$ 378.
A categoria também reivindica que a cesta básica chegue ao valor de R$ 270, bem acima do que propõe o setor patronal e próximo do cálculo do Dieese, que aponta custo de R$ 687,30 em Belém.
Foram realizados piquetes e manifestação em diversos canteiros de obra, e, no final da manhã, a avenida Almirante Barroso, uma das principais da cidade, teve um dos sentidos totalmente interditado, numa passeata que iniciou em frente ao canteiro de obras do Parque da Cidade.
O que dizem as empresas
O Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) afirma ter apresentado reajuste salarial de 5,5%, percentual acima da inflação oficial de 5,13% registrada pelo INPC no último ano.
A proposta também prevê elevação da cesta básica de R$ 110 para R$ 120, o que, segundo a entidade, representa ganho real e esforço diante das dificuldades econômicas.
O sindicato patronal também declarou: “Caso haja paralisação, recorreremos aos instrumentos previstos em lei para resguardar a legalidade e a regularidade das atividades”.
A visão dos trabalhadores
Para o diretor do STICMB, Atnágoras Lopes, a proposta é insuficiente e não corresponde ao esforço diário dos operários.
“Nós decidimos deflagrar greve ontem [segunda-feira], porque a patronal se recusa a continuar a negociação, e se recusou a nos receber. Os 5,5% de reajuste oferecidos por ela equivalem a 0,37% de ganho real. Isso equivale a R$ 5,60 de aumento, para quem ganha praticamente um salário mínimo, além de apenas R$ 10 a mais na cesta básica, que continua irrisória. É uma afronta”, declarou.
Ele destacou que a paralisação já afeta diretamente obras ligadas à COP30, e que o movimento seguirá crescendo, até que as empresas voltem a negociar.
“As obras da rede hoteleira do complexo do Ver-o-Peso estão paradas, parte da Vila COP também. No Parque da Cidade, que já tem 90% dos trabalhos concluídos, muitos operários aderiram ao movimento. Hoje realizamos manifestação no local e amanhã haverá assembleia. O cenário é de fortalecimento da greve diante da intransigência patronal.”
O sindicato informou, ainda, que a continuidade da greve foi aprovada em assembleia, com previsão de novas visitas a canteiros e bloqueios de vias nos próximos dias.
Fonte: Brasil de Fato